O vai e vem de caminhões-tanques com combustíveis revela uma atividade que há anos caracteriza a região adjacente ao Porto do Mucuripe. Mas, se depender dos planos das distribuidoras de combustíveis, essa movimentação está com os dias contatos.
Conforme divulgado pelo O POVO, empresas distribuidoras de combustíveis e órgãos do Governo do Estado já se articulam para a instalação de um parque de tancagem na região portuária do Pecém. No entanto, de acordo com especialista, a instalação no Pecém depende do início das obras da refinaria Premium II da Petrobras.
“Não é logico fazer um parque de tancagem sem a refinaria. Não faz sentido você tirar o parque e levar para o Pecém sem que a refinaria esteja pronta. Uma coisa é integrada à outra”, afirma Bruno Iughetti, consultor de petróleo e gás e integrante do Conselho de Administração da Companhia Docas, que administra o Porto do Mucuripe.
Para o especialista, com os impasses que ainda rondam a obra da Petrobras, é inadmissível iniciar a instalação de um novo parque. “A distribuição de combustíveis deve ocorrer próximo a uma refinaria. Obviamente, com a refinaria, é inexorável que a tancagem instalada no porto do Mucuripe transfira-se para o Pecém”, diz Iughetti.
No entanto, de acordo Eduardo Neves, diretor de infraestrutura da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), as obras do novo parque de tancagem não devem aguardar por definições em relação à refinaria. “Por hora, já começam logo. Estamos vendo, apenas, um modelo para adequar essas novas empresas que vêm para o Ceará”, esclarece Neves. Segundo o diretor da Adece, a necessidade da implantação do parque no Pecém se justifica pela saturação da tancagem em Fortaleza.
Distribuição
Atualmente, Petrobras Distribuidora, SP/Shell e Cosan ocupam o parque no Mucuripe. São 42 tanques com capacidade para 123 mil toneladas de combustíveis. Outras oito distribuidoras de combustíveis já manifestaram interesse pelo novo parque de tancagem. Os investimentos totalizam R$ 500 milhões.
Ainda segundo o diretor da Adece, durante o encontro entre Governo e empresas interessadas, chegou a ser cogitado um modelo de terminal “in pool”. Dentre as vantagens desse tipo de projeto, está a redução de custos. Para implantá-lo, seria necessária a formação de um consórcio entre as empresas, que utilizariam os tanques de forma compartilhada. “O consórcio é uma grande saída, mas cabe a decisão individual de cada empresa”, explica Eduardo Neves.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O novo parque de tancagem que deverá ser construído no Complexo Industrial e Portuário do Pecém terá o dobro da capacidade que o atual, ocupando 45 hectares, com investimentos de R$ 500 milhões.
Números
42
tanques que hoje existem no terminal do Mucuripe serão transferidos para o Pecém
8
empresas distribuidoras de combustíveis, além das três hoje existentes,deverão usar o novo terminal
Fonte: O Povo
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