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EXPORTAR, VERBO POUCO COMUM ENTRE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Fazer negócios no exterior ainda é uma realidade distante para a maioria das micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras. Menos de 1% dessas companhias exporta, segundo estimativa do Sebrae. Em 2012, de acordo com os últimos dados compilados pela entidade, pouco mais de 4% do total de vendas externas do Brasil foram de companhias de pequeno porte, embora sejam maioria no país.

Entre os fatores relacionados à baixa procura pelo comércio exterior das MPEs estão dificuldades de competitividade e entraves logísticos, que, segundo especialistas, podem ser superadas, se o microempresário construir uma estratégia bem definida.

Com o peso do chamado custo Brasil, muitos empresários preferem não competir com concorrentes internacionais que podem oferecer preços mais atraentes. Por isso são importantes o trabalho de pesquisa e a elaboração de um plano estratégico que identifique mercados onde um produto pode entrar com mais facilidade, segundo Melina Ferraz, analista do Sebrae/RJ.

— O maior problema é que as empresas não têm um modelo estratégico de negócio para lidar com o mercado internacional. O que eu vejo é que muitas não olham isso de maneira objetiva para adequar à proposta de entrada naquele mercado à sua realidade. E às vezes passam por vários problemas por falta de uma análise — afirma Melina.

Em Minas Gerais, a Unibeleza, que exporta produtos cosméticos, já começou a colher frutos do “dever de casa” que fez há cerca de três anos, quando começou a buscar mercados onde seus produtos poderiam entrar. Especializada em cremes para alisamento de cabelo, a empresa buscou países onde esse padrão de beleza faz sucesso e, depois da pesquisa, identificou na América Latina seu principal foco.

— Produtos cosméticos não têm muita diferença entre eles. O que faz com que as pessoas busquem é uma identidade que agrega valor à marca. Nosso foco é buscar o público que também quer ter cabelo liso e identificamos a América Latina — conta Fernando Gualberto Rocha, gerente de negócios internacionais da empresa.

Hoje, a companhia mineira tem 32 funcionários e fatura R$ 3 milhões por ano, sendo 30% dessa receita resultado de exportações. Além de países como Colômbia e Peru, a empresa vende para distribuidores em países como Emirados Árabes e Tunísia.

Especializada em móveis, a Móbix, do Rio Grande do Sul, também conseguiu entrar em mercados estrangeiros após identificar uma lacuna a ser preenchida. A empresa, em atuação há dez anos, começou a entrar em contato com possíveis clientes no ano passado e espera começar a fechar negócios até o Natal.

— No Peru, eles vendem móveis para quarto na cor escura para crianças, por exemplo, o que não faz muito sucesso por aqui. A gente vai se adaptando ao mercado conforme a necessidade — diz Renato Mella, gerente comercial da empresa, que espera que 40% da receita passe a ser resultante de exportações no ano que vem.

EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS É OPÇÃO MAIS BARATA

Segundo Marcia Nejaim, gerente executiva de competitividade e inovação da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), as pequenas e médias empresas são o principal foco do trabalho de incentivo feito pela entidade, ligada ao Ministério do Comércio Exterior. Cerca de 90% das participantes nos programas são de pequeno porte.

PUBLICIDADE Para ela, quem consegue acessar o mercado externo tem vantagens, como se proteger das turbulências internas e aprimorar produtos.

— Existe um trabalho grande de mostrar que a exportação pode ser uma estratégia interessante para as micro e pequenas empresas. É um trabalho de longo prazo, não basta olhar apenas quando o mercado está ruim. Não dar continuidade é ruim para empresa e ruim para o Brasil — afirma.

De acordo com a especialista, uma opção para facilitar o acesso é exportar serviços. Empresas de tecnologia, por exemplo, já podem nascer internacionalizadas. Na hora de vender o serviço, como uma consultoria, é possível entregar o pedido pela internet, com custo bem reduzido.

Fonte: O Globo

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