Com potencial de geração de 854 GW (Gigawatts), somando energias eólica e solar, o Ceará sozinho poderia superar em cinco vezes a capacidade total instalada atualmente no Brasil para produção de eletricidade, que é de 170 GW.
Esse e outros dados relevantes sobre o uso de fontes energéticas renováveis no Estado foram debatidas nesta segunda-feira, 22, na primeira de cinco lives que O POVO realizará ao longo da semana. Trata-se da série 'Energia Limpa', que tem como mediadora a jornalista Adailma Mendes.
Os primeiros debatedores convidados foram o presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará e consultor de energia da FIEC, Jurandir Picanço, e o técnico e químico industrial da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace), Alexandre Pinto. O tema abordado foi 'A relevância dda geração de energia limpa para o futuro sustentável do planeta: o papel do Ceará'.
Além de falar sobre o protagonismo cearense em relação à produção de energias eólica e solar no País, os especialistas abordaram também as perspectivas para a que o Estado se torne um hub de hidrogênio verde. Segundo detalhou Jurandir Picanço, o Ceará tem capacidade instalada de 4 GW de energia eólica, mas potencial para 94 GW com tecnologia on shore (em terra) e mais 117 GW usando tecnologia off shore (no mar), totalizando 211 GW. Já o potencial de energia solar é para se ter uma capacidade instalada de 643 GW.
"Essas tecnologias de 2015 para cá tiveram reduções de custo expressivas. Então, o que antes era um esforço apenas para resolver um problema climático, hoje passou a ter interesse econômico", destacou o debatedor ao relembrar os compromissos assumidos pelo Brasil e pelo mundo quando foi firmado o Acordo de Paris, que visa evitar uma elevação da temperatura média global superior a 2ºC. Ele classificou ainda como "oportunidade gigantesca" a implantação de um hub de hidrogênio verde no Estado. "Esse desenvolvimento permite usar esse gás como um vetor energético, produzindo por eletrólise, a partir da água. Você pode transportar energia na forma de hidrogênio para regiões distantes. Há alguns anos isso era impossível de se pensar".
Já Alexandre Pinto acrescentou que o mesmo barateamento de custos de produção, observado nos últimos anos em relação às energias eólica e solar, deve acontecer com a eletrólise do hidrogênio. "Você só precisa de duas matérias-primas: água e energia elétrica. Coloca dois eletrodos, um positivo e um negativo, e separa esse gás do oxigênio. Além disso, na combustão do hidrogênio o subproduto é o vapor de água, enquanto os combustíveis fósseis liberam gás carbônico e partículas, que são poluentes", explica.
Ele citou também a facilidade que o Ceará teria para exportação desse hidrogênio verde. "Há um grande potencial para incrementar indústrias aqui no Estado e exportar via Porto do Pecém, que tem grande proximidade da Europa. Hoje, aliás, vários países tem interesse em comprar hidrogênio para descarbonizar suas matrizes energéticas", ressalta.
A próxima live será realizada nesta terça-feira, 23, a partir das 18h, e contará com a presença de Joaquim Rolim e Luis Carlos Queiroz que abordarão o tema 'Energia Solar, capacidade instalada e potencial de crescimento no Ceará. Desafios e oportunidades'.
Fonte: O Povo
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