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Ceará é Estado gerador com mais completa cadeia produtiva

O Ceará é o Estado gerador que tem a mais densa cadeia produtiva de energia eólica no País. Com fábricas de pás, torres e montadoras de autogeradores, o Estado só fica atrás de São Paulo, que não produz energia eólica. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Com a maior capacidade de geração instalada do País, 518,9 MW, 47,8% do total brasileiro, o Ceará tem a natureza a seu favor. O diretor de atração da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Cláudio Frota, explica que os custos de logística do setor são muito altos, fazendo com que as fábricas procurem se instalar próximo aos parques eólicos. Quanto mais ventos, mais usinas e mais fabricantes de equipamentos.

“Como são equipamentos de dimensões avantajadas, os custos de logística praticamente bancam a planta. As empresas costumam se instalar próximo aos parques e nós temos vocação natural para essa indústria”, diz Frota. Uma única torre para geração eólica precisa de dois caminhões para ser transportada. Segmentada em quatro partes, um caminhão leva apenas duas delas.

Fábrica no Ceará

De acordo com Artur Lavieri, presidente nacional da Suzlon, o transporte de uma torre de São Paulo ao Ceará custa até R$ 200 mil. Com uma fábrica em Maracanaú, os produtos cearenses da Suzlon são vendidos também para outros Estados. Para reduzir o impacto dos custos de logística, ele afirma, fábricas móveis para montagem das torres são levadas aos parques em construção. Com 14 projetos em andamento, a Suzlon tem nove no Ceará, o que corresponde a R$ 500 milhões. Os outros cinco estão espalhados pelo Brasil, investimento que também alcança R$ 500 milhões.

“Quando a Suzlon decidiu se instalar no Brasil, em 2006, na época do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica), os primeiros projetos eram no Ceará. Por isso, a empresa optou por estabelecer seu quartel general no Estado”, diz Lavieri. A empresa tem 190 dos seus 200 funcionários no Ceará, conforme contabiliza o presidente. As obras em andamento empregam 2 mil pessoas no Estado e outras mil no resto do País.

Alguns componentes dos aerogeradores ainda não são feitos no Ceará e, segundo Frota, o Estado tem interesse em trazê-las para cá, concentrando 100% da cadeia produtiva. Isso significaria, conforme diz, maior quantidade e qualificação de empregos. “Usina de geração eólica não emprega muita gente. Mas, na construção e no adensamento da cadeia, tem muita mão-de-obra”.

Por quê

ENTENDA A NOTÍCIA

O Ceará é o Estado brasileiro com a maior capacidade instalada de geração de energia eólica. Por trás das usinas, estão empresas de construção e fabricantes de componentes, que geram emprego e movimentam a economia.

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Responsabilidades e Custos de um parque

Para instalação de um parque eólico com potência de 30MW, é necessário investimento a partir de R$ 110 milhões segundo Pedro Fiúza, presidente do Grupo Servtec.

Um aerogerador pode custar até R$ 7 milhões, segundo o empresário. O fornecedor do equipamento é responsável pela montagem e assistência técnica durante período de vigência do contrato, em média de 20 anos.

“O fabricante tem que me entregar o equipamento funcionando”, explica Fiúza.

Cabe ao dono do parque eólico o supervisionamento da instalação e a construção civil, obedecendo as especificidades do fabricante dos equipamentos.

A fornecedora é quem arca com os custos de logística do seu equipamento, o que vai impactar no preço final do produto. “Vende mais barato quem produz mais perto”, conclui o empresário.

Fonte: O Povo

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